sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Design: a importância de um Designer!


Fico muito chateada quando vejo pessoas que se dizem da área de design realizarem verdadeiras cagadas! Porque será que as pessoas ainda pensam que o design é só para deixar as coisas mais bonitinhas e mais caras? E design de unhas, hair design, cake design, design de sombrancelha? De onde surgiu a ideia de que essas profissões são sei lá, ramificações de design? O objetivo de se colocar a palavra design nelas é apenas para ganhar um troco a mais? E as pessoas que se auto proclamam designers apenas porque descobriram como funciona o Photoshop, o Illustrator ou Corel? Mas não, não são designers só porque aprenderam a usar estas ferramentas.

Claro que existem pessoas com talento e aptidão suficientes para fazer qualquer tipo de trabalho, mas ninguém se consulta com o açougueiro só porque acha que ele dá bons conselhos para curar a dor de barriga, não é mesmo? Assim como o médico precisou estudar anos a fio para consultar alguém, nós designers também o fizemos. Deixar a identidade visual de uma empresa na mão de qualquer um é no mínimo irresponsável. Ainda que a empresa em questão seja pequena, investir na contração dos serviços de um designer sempre poderá trazer resultados muito melhores do que contratar o sobrinho de alguém que fez um curso online de Photoshop e que cobra bem baratinho por isso.

Um dia desses conheci um rapaz. Ele ficou puxado assunto me perguntando o que eu fazia da vida e etc. Eu me apresentei como designer e ele, todo entusiasmado, respondeu que também era web designer. Primeiro erro dele: confundiu duas profissões distintas! Eu vi que ele não sabia bem o que dizia então apenas dei corda para que ele se enforcasse. Perguntei com o que exatamente ele trabalhava e ele disse que fazia logos, banners, cartões de visita. Neste momento vi que de web mesmo, ele não entendia nada. Perguntei então aonde ele estudava e ele disse que havia comprado um cd pirata do Photoshop na Feria dos Importados e que havia feito um curso na internet para aprender algumas coisas que a ferramenta proporciona a fazer. Logo entendi tudo.

Eu que estava em pleno processo de desenvolvimento do meu TCC, comecei a falar com ele de uma maneira mais técnica sobre os produtos dele. Perguntei se ele se preocupava com a pregnância de seus trabalhos ou com o contraste das cores e dos objetos, se ele se preocupava com a legibilidade das logos criadas, se fazia manual de identidade visual... O menino ficou perdidinho, deu até dó! Mesmo explicando cada um dos conceitos ele não fazia ideia do que eu estava falando. Ao final ele até achou interessante que houvesse tantos dados a serem levados em consideração na hora de montar uma mídia mas terminou a conversa dizendo: “que nada! Você aí se matando de estudar e eu aqui ganhando o dinheiro dos trouxas!”.

De nada adianta saber fazer a ferramenta funcionar se não souber usar! Seguindo este pensamento, ter um fogão e saber ascender a chama não o torna nenhum chefe de cozinha. Não posso dizer que de 100 trabalhos dele, 1  não tenha a chance de ficar bom, mas posso afirmar que o meu dinheiro não dá em árvore para eu ficar arriscando o meu negócio. Sendo assim, como as pessoas ainda fazem isso? Ainda falta mudar um pouco a cultura de que design é caro. Caro é pagar por um banner, por uma logo ou mesmo por um cartão de visitas, feito de qualquer jeito, por alguém que cobra bem baratinho e que não trará retorno nenhum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário