Projetando a capa de um livro
O briefing
Fiz um pequeno resumo do que é necessário para que um briefing seja eficaz:
. o primeiro passo é saber do que trata o projeto, neste caso que tipo de publicação – qual o assunto, como o tema é abordado;
. o segundo passo é referente ao público -alvo, a quem está destinada a publicação – faixa etária, sexo, nível sociocultural e o que mais puder descobrir. Se possível, ler o livro ou, ao menos parte dele, também ajuda. Nesta fase é importante ter definido o título da publicação para calcular-se o espaço que vai ser a ele dedicado (se a publicação não estiver totalmente fechada, é possível que o título sofra alterações que podem prejudicar um pouco o desenvolvimento do projeto e atrasar muito a sua conclusão).
. o terceiro passo é relacionado mais diretamente com o projeto gráfico, é nesta hora que se descobre o que pode e o que não pode fazer. Pergunte se existe alguma restrição, se existe algum elemento que não deve ser usado como, por exemplo, cores, elementos estilizados e abstratos, imagens, fotografias, ilustrações, símbolos entre outros elementos pertinentes ao caso.
Normalmente o cliente tem alguma ideia do que ele quer que seja feito, algumas vezes devemos nos fazer de surdos (é verdade!) mas é preciso escutar e entender o que o cliente quer (não significa que deve ser feito ao pé da letra, até porquê, muitos são analfabetos visuais apesar da boa vontade).
Brainstorm
Antes de iniciar qualquer trabalho, é sempre bom planejar e pensar em conceitos, ideias, palavras e o que mais for possível a cerca do projeto. Esse é um bom método para exercitar a criatividade e auxilia a manter o foco e a coerência com o briefing.
No começo pode parecer estranho, mas com o tempo você acostuma. Delimite um número x de palavras e as anote numa folha, no pc, onde der. Depois de feito isso, grife as palavras que você achar mais importantes e reduza para um mínimo x de palavras. É com base nelas que você deve trabalhar.
Pense na família tipográfica
Você pode escolher famílias renomadas como Futura, Swiss, Adobe Garamond entre outras; pode optar por famílias disponibilizadas gratuitamente em sites, criadas por autores não tão conhecidos; ou pode optar por criar a tipografia especificamente para o projeto, as chamadas fontes personalizadas.
Para as fontes personalizadas, sugiro um método para a criação: associar vários conceitos ao projeto a ser desenvolvido. A partir daí, traduzir estes conceitos em signos, e elaborar uma espécie de alfabeto visual para todo o projeto. O mais interessante dessa técnica é que a ilustração para o alfabeto criado não tem função somente estética para com o produto, mas alia todo um conjunto de significados por trás da ideia. Ao criar o alfabeto utilizando esta técnica, você faz uma composição realmente personalizada e com conceitos justificados.
Inspiração
10% inspiração e 90% transpiração, é assim que funciona! Você pode buscar ideias na internet, pedindo auxílio ao “titio Google”, mas não se esqueça de dar uma olhadinhas nos livros impressos. Leia um pouco sobre conceitos, não busque apenas informação visual. Se abasteça com informação para que o seu cérebro consiga ter espaço e matéria-prima para criar. Pesquise o que está sendo feito no mesmo ramo, pois não adianta ousar demais senão foge do que os consumidores estão acostumados e não vai ter público para o seu produto!
Na hora de projetar, pense em desenhar à mão mesmo! Estabeleça limites, proporções e espaços em branco. Num primeiro momento não se preocupe com as cores de fundo, trabalhe em preto e branco mesmo e deixe para colorir depois. É bom começar pelos elementos que você já sabe que deverão constar na capa como a marca da editora e o código de barras, por exemplo. Isso auxilia a delimitar os espaços que poderão ser utilizados por uma ilustração, por exemplo.
Colocando a mão na massa
Faça rascunhos! Antes de decidir seguir numa direção e aperfeiçoar o desenho, tente outras opções, outros estilos, outras disposições de elementos, teste o contraste e a legibilidade, teste cores, famílias tipográficas, etc. Se por acaso o projeto envolver o uso de muitas cores, sente-se com seu cliente, defina a paleta, e só então passe a colorir o projeto. Pode ser muito trabalhoso rever as cores com tudo pronto, considerando, por exemplo uma ilustração complexa.
Não se esqueça de ao final do projeto rever os conceitos e verificar se o projeto está de acordo com eles. Faça um resumo por escrito ao lado da opção final (ou opções finais) de como chegou ao resultado. Isso impressiona positivamente o cliente.
Finalizando o projeto
É extremamente gratificante finalizar trabalhos. Tocar, pegar, apalpar, enfim... É um prazer incrível ver o produto final (que você fez ou ajudou a fazer). Não se esqueça de tirar fotos e guardar os melhores trabalhos para o seu portfólio.
Não se esqueça de salvar todos os arquivos EDITÁVEIS, as fontes usadas no projeto, a paleta de cores, documentos e informações referentes ao projeto. Tudo deve ficar juntinho, numa mesma pasta para facilitar a sua vida numa posição edição, reimpressão, etc.
Espero ter ajudado! :)